segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Dia 13: Kyoto - trem bala, Kiyomizu e Gion

Acordei com o dilema de que horas eu iria para lá. Queria deixar as coisas no hotel de Kyoto antes de sair andando, mas o checkin abria só às 13:00. Decidi sair ir para lá às 8:00, daí eu chegaria perto de meio dia e seria só almoçar para dar a hora.

Cheguei na estação às 8 e pouquinho, mas tive que deixar passar uns 5 trens, porque todos estavam cheios. Daria para eu entrar se fosse só eu, mas ainda tinha mochila gorda e uma sacola. Quando cheguei na estação de Tóquio era umas 8:45. Neste momento começou a me dar uma dorzinha de cabeça que me incomodou o resto do dia.

Fui comprar o bilhete para o trem-bala. Me fiz um agradinho e comprei um lugar no green car, que é como se fosse a primeira classe de um avião. Ou melhor, a classe executiva, porque não é tão luxuoso assim. Só o espaço que é maior e um efeito secundário do preço mais alto é que vai menos gente nele, então não foi ninguém do meu lado.

O trem é rápido mesmo. Depois tenho que procurar na internet a velocidade dele (vi agora e parece que chega a 300 km/h). Em um pouquinho mais de duas horas, chegamos. Era umas 11:15. Na estação fiquei um pouco perdido, pois nenhuma placa indicava a Kyoto Tower, mas logo me achei.

A torre (e o hotel) ficam de frente à estação, então fui lá procurar um restaurante e almoçar. Entrei num restaurante de comida japonesa, que como não podia ser diferente, não tinha menu em inglês. Pedi um prato de sushis apontando para a foto.

Veio o prato, mais um chawan e um copinho. Além disso veio um pratinho para molhar o sushi no shoyu. Veio um fundinho de shoyu e me perguntei onde estaria o vidro de shoyu para colocar mais. Como não tinha na mesa, presumi que aquilo era tudo que eu poderia usar. Os sushis estavam gostosos, com exceção de um de lula. No copinho veio uma espécie de gelatina branca com pedaços de cogumelo e outras coisas que não soube distinguir. Era... diferente. No chawan veio missoshiro, como esperado. Mas conforme fui tomando, uma surpresa: tinha mariscos (ou mexilhão, não sei se é a mesma coisa) abertos, com concha e tudo. Não arrisquei comer o marisco não.

Depois arrisquei ir ao hotel e apesar de ainda não ser 13:00, podia fazer o checkin. A mulher da recepção falou que eu teria que ficar em um quarto duplo, mas ia pagar só um single mesmo. Subi, dei uma olhada no quarto, tirei as coisas da mochila, relaxei um pouco e saí para a cidade.

Cheguei no ponto de ônibus entre a estação e o hotel. Achei estranho não ter ninguém na fila... Até que descobri que eu estava na área de descer dos ônibus... Bom, peguei o ônibus (que tinha pouquíssimo espaço entre os bancos) e desci quando ouvi "Kiyomizu". Detalhe que me enrolei na hora de pagar, coloquei moeda na máquina de trocar em moedas menores, achei que tinha pago e ia saindo e o motorista me segurou falando que eu não tinha pago... Mico normal de gaijin.

De lá fui andando ao templo Kiyomizu. Era uma subida de 500 metros, então fui devagar. Tinha várias lojinhas no caminho. Fui tirando fotos (mesmo com algumas plaquinhas de proibido fotografar) e vendo o que elas vendiam.

Finalmente cheguei ao templo e me esbaldei tirando fotos. Este templo aparece em vários mangás, então foi legal finalmente ver ao vivo. Pena que uma parte dele estava em reforma. Lá comprei uns amuletos para meus pais e irmã.

Do templo dava para ver que na cidade estava chovendo. Como não poderia deixar de ser, logo a chuva nos alcançou, quando eu estava saindo do templo. Tomei uma raspadinha em um lugar coberto pra passar o tempo, mas a chuva estava fraquinha então abri o guarda chuva e segui em frente.

Fui andando até o templo Yasaka enquanto ia vendo as lojas no caminho. Havia outros templos no caminho, mas não cheguei a entrar neles. Cheguei no templo Yasaka e tirei umas fotos.

Depois fui até a área Shirakawa, que lembra o Japão antigo. Por tudo estar fechado (acho que só abrem de noite) e por não ser muito conhecido, deu pra passear tranquilamente, apreciando o estilo do lugar e o córrego.

Depois fui para Gion, um lugar que também parece o Japão antigo, mas é mais popular e cheio de gente. Tem um clima diferente de Shirakawa. Assim como Shirakawa, tinha quase nada aberto. Andei observando o lugar e depois de um tempo entrei num café para tomar um cappuccino, um bolinho recheado (quase um sonho) e fazer hora até as apresentações, que acontecem no Gion Corner, que ficava do lado do café.

Quando deu a hora fui lá, comprei a entrada por mais de 3 mil ienes, e esperei as apresentações começarem. Iniciou com uma mulher motrando como é o ritual do chá, enquanto um par de mulheres tocava harpa japonesa, e depois outra fez uma ikebana (arranjo floral).

Depois foi uma apresentação de Gagaku, uma mistura de música e dança que foi meio... estranho. Mas depois de um tempo comecei a gostar. Depois foi um teatro, que apesar de ser em japonês, o folheto guia explicava o enredo, então deu pra entender o que importava.

Depois foram duas danças com maikos, que são aprendizes de gueixa. Foi bem bonito. Pra finalizar, foi uma apresentação de uma marionete que me impressionou. A entrada foi carinha, mas pra mim valeu bastante a pena. É uma forma legal da gente conhecer um pouco da arte japonesa sem ir em apresentações específicas ou impossíveis de conseguir (pelo que eu saiba, para ver apresentações de gueixas "de verdade" - sem serem Maiko - só com muito dinheiro, poder e indicação de outros clientes).

Pra terminar o dia, fui até a estação de trem, peguei um trem "limited express" que não parava no meu ponto, desci e peguei o certo e cheguei na estação correta. Na própria estação decidi comer um lamen.

Chegando aqui decidi experimentar uma banheira pela primeira vez. Não gosto do conceito de banheira, mas o banheiro daqui não tem chuveiro separado e como eu já teria que entrar na banheira, decidi experimentar. Foi relaxante, mas fiquei atento para não dormir e morrer afogado :P

Também experimentei o jato d'água daquelas privadas tecnológicas. Foi... estranho. Limpou, mas que foi estranho, foi. E depois pra secar foi ruim, porque o papel higienico aqui no Japão é fininho. Ele é biodegradável, a gente joga na própria privada ao invés do lixo. Talvez a gente tenha que secar com toalha, mas não confio no poder de limpeza do jato d'água pra eu passar uma toalha na minha bunda. Por tudo isso, não sei se vou usar novamente.

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