segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Dia 16: Nara

Acordei, terminei de arrumar minhas coisas e fui fazer o checkout no hotel. Fiquei imaginando se ia conseguir ficar andando com tanto peso.

Na estação era para eu pegar uma certa linha até Nara, mas não encontrei e peguei outra. A viagem estava levando tanto tempo que temia estar indo para outro lugar. Mas em torno de uma hora depois, cheguei. Na estação de Nara dei uma passada no balção de informaçoes a turistas e o senhor de lá me deu umas direções.

Fui andando com o peso todo, e cerca de meia hora depois cheguei num templo. Entrei, tirei umas fotos, e lá vi os primeiros veadinhos , que são abundantes e famosos de Nara. E também lá vi que eles são mesmo selvagens, vi um deles dando uma chifrada em um cara e depois em uma menina, que ficou chorando um tempão.

Uma mulher se ofereceu para falar a história do templo, mas como eu já estava vazando de lá, ela tinha uma certa dificuldade para falar, e sinceramente a história dos templos não me importa muito, recusei.

Saí andando para o próximo templo. Logo que saí, um cara de jinrikisha me perguntou se eu queria usar o serviço. Recusei, por temer o preço e achar que o troço seria instável, mas o cara estava falando com tanta alegria que acabei aceitando. E que bom que aceitei.

Caro, é. 2000 ienes por 10 minutos. Mas no caminho a gente foi conversando, tentei ensinar umas palavras em portugues, ele me mostrou uns veadinhos que fazem reverência (mas quando fui filmar, o veado fugiu), o carrinho é bem confortável, e quando cheguei no destino, metade do caminho até o próximo templo, ele me deu um mapa, anotou certinho como chegar lá, e me deu as direções. Se todos os motoristas de jinrikisha forem legais como ele, recomendo todo mundo pegar um pelo menos uma vez.

Aliás, vendo ele correndo, carregando o carrinho comigo e minhas bagagens, no calor do inferno, suando que doido, e ainda sorrindo, me fez me sentir mal por reclamar de andar por aí carregando umas coisinhas... Acho que isso me empolgou a suportar uma andada mais longa no resto do dia.

Ah, e quando estava andando até o próximo templo, ele passou por uma rua perto de onde eu estava, próximo a um cruzamento, e gritou "Oi! (ensinei ele a falar 'oi' para cumprimentar) Go to the right here! Obrigado!".

O tal próximo templo, Kasuga Taisha, era longe e não tinha nada especial. Não era ruim, mas depois de tantos templos que fui, nada me impressionou muito. Quero dizer, lá é lotado de lampiões, então talvez esse seja o chamariz, mas depois de andar tanto, não me impressionei muito.

Saí de lá e fui em direção ao Todaiji Temple. Parei no meio do caminho para comer um udon frio e um sorvete de sobremesa. Tinha mais pessoas comendo udon frio, e vi que não como tão errado assim. O macarrão vem num... prato, de palha ou algo assim. Junto vem um copinho com o molho. Pelo que vi os outros fazendo, tem que pegar um pouco do macarrão, molhar no molho e comer. Já eu solto o macarrão dentro do copinho antes de pegar de novo e comer. Assim acho que pega mais molho, que pra mim é o mais gostoso.

Ah, e não estou mencionando, mas durante as andanças passei por vários veados, com pessoas alimentando e fugindo deles. Aqueles veados são famintos. Uns 3 deles vieram farejar a minha sacola e um outro até mesmo mordeu uma das fitas da minha mochila. Vi outros perseguindo pessoas por comida, mordendo camisetas... É engraçado.

Cheguei no templo Todaiji e não sabia o que eu ia encontrar. Acho que ele é o maior templo que já vi. Olhando em fotos ele parece ter um tamanho normal. Mas olhando ao vivo, parece que tacaram um raio do "Querida, estiquei o bebê". Fiquei arrepiado ao me aproximar. E olha que, pelo que li depois num folheto, ele possui uma largura 33% menor do que a construção original (esta é a terceira restauração). Ao entrar, outra surpresa: uma estátua gigante de Buda. É grande mesmo, e muito bem feito. Como se não fosse o suficiente, no templo há outras estátuas um pouquinho menores, mas muito bem feitas.

Gostei bastante do Todaiji. Acho que de todas as coisas antigas que vi no Japão, é ele que mais me impressionou. E pensar que estava considerando não ir lá por causa do cansaço de carregar tanto peso... Obrigado, motorista do jinrikisha, que me mostrou que é possível se esforçar bem mais do que meu corpo sedentário está acostumado.

Vazei de lá e fui andando até a estação. Fui para Osaka e aproveitei para visitar o Pokémon Center de lá. Tinha elevador, mas estava demorando tanto que fui até o 13º andar de escadas rolantes.

O Pokémon Center daqui certamente é maior que o de Tóquio, mas boa parte dele estava ocupado com algum evento de distribuição de Pokémon pra quem tem os jogos de DS, então não sei dizer se a quantidade de produtos é maior.

Fui para a estação de Shin-Osaka procurar meu hotel. Da estação eu conseguia ver o hotel, mas simplesmente não vi maneiras de sair de lá. Uma saída dava para a parte de taxi, de onde não dava pra sair andando. Outra dava para baixo de um viaduto, onde não tinha calçada. Comecei a me desesperar (e cansar de ficar andando de um lado para outro), até que achei uma saída que dava pra andar até a rua.

Cheguei no hotel e fiz o check-in. Mais tarde fui na estação jantar um karê e agora estou assistindo tv para então ir dormir.

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